Simulações Clínicas

 

Em 2014, a disciplina “O Cuidado no Processo de Viver Humano V – Atenção Básica e Saúde Mental” do curso de graduação em Enfermagem da UFSC iniciou o processo de implementação da simulação clínica como estratégia pedagógica.

A disciplina que tem como uma de suas especificidades a subjetividade do cuidado e trabalha a comunicação como principal ferramenta profissional da enfermagem, encontrou no uso de Pacientes Simulados uma maneira de aproximar o contexto clínico dos estudantes e assim prepará-los para um cuidado de qualidade das demandas de saúde mental.

A disciplina contava com um grupo de professores dentre os quais o professor Fabrício Menegon, do Departamento de Saúde Pública que foi quem indicou o NuHAS como possibilidade de viabilização dos Pacientes Simulados necessários para a operacionalização das simulações.

A equipe responsável pela organização da proposta composta pelo coordenador da disciplina Jeferson Rodrigues, professora voluntária Aline Massaroli e professora convidada Saionara Nunes de Oliveira, entrou em contato com o coordenador do NuHAS, professor Walter Ferreira de Oliveira e as primeiras simulações aconteceram com participação dos integrantes do referido projeto já no segundo semestre de 2014.

Coordenado inicialmente pelo integrante do NuHAS Rene Schleiniger dos Santos, a atividade foi realizada nesta disciplina mediante encaminhamento de Guia Clínica com roteiro detalhado para atuação e ensaios. No primeiro ano, foram simulados casos de acolhimento ao paciente ansioso, depressivo e com ideação suicida.

Em 2016 outra disciplina inicia o uso de simulação com pacientes simulados e busca a parceria do NuHAS. Trata-se da disciplina O Cuidado no Processo de Viver Humano II – A condição cirúrgica de saúde coordenada pela professora Juliana Balbinot Reis Girondi. A disciplina trabalha fortemente com a simulação aspectos de comunicação em situações de orientação pré e pós-operatórias, orientações para alta, educação em saúde, entre outros.

Duas atividades simuladas são realizadas atualmente junto ao curso de graduação em enfermagem da UFSC com participação de integrantes do NuHAS:

Simulação Clínica: atividade de caráter formativo que recria um contexto clínico em ambiente controlado para trabalhar objetivos previamente elencados pelos docentes com os estudantes a fim de prepará-los melhor para a interação real com o paciente. O estudante recebe orientações prévias necessárias para a condução do cenário em um momento chamado Briefing, incluindo o tempo disponível para realização da atividade, materiais disponíveis e tipo de simulador utilizado, além da situação clínica de forma resumida. O papel do professor é de facilitador do processo de aprendizagem e sua atuação acontece depois da cena em um momento de reflexão chamado debriefing, momento em que revendo a cena gravada, estudante e professor discutem sobre as tomadas de decisão e conhecimentos empregados na resolução do cenário. O papel do Paciente Simulado é instigar o estudante, dentro do contexto criado, para que interaja e forneça as informações pertinentes de forma clara. Neste contexto o PS pode fazer perguntas, utilizar de comunicação não verbal e de certa forma até improvisar diante de uma situação inesperada, já que a atividade tem caráter formativo não avaliativo.

OSCE (Objective Structured Clinical Examination): atividade avaliativa organizada em um circuito com várias estações em que o estudante precisa realizar uma atividade específica em cada uma, demonstrando competência suficiente para aprovação. Cada estação possui objetivo definido e tempo pré-determinado para sua realização. O papel do professor é avaliar e emitir um rápido feedback para os participantes. O papel do Paciente Simulado é seguir um roteiro de atuação e intervenção único para todos os estudantes de forma que sua atuação não prejudique o processo avaliativo. Neste contexto, o PS evita improvisos, tenta utilizar as mesmas expressões e perguntas para todos os participantes.

Além das atividades realizadas com o curso de graduação em enfermagem, o NuHAS já participou de simulações em Instituições Hospitalares para o treinamento de equipes profissionais; na elaboração de material educativo (vídeo) para ser utilizado em minicursos sobre simulação clínica; e em treinamentos de professores para o uso da simulação clínica no ensino.

A possibilidade de atuar enquanto Paciente Simulado para auxiliar na formação de profissionais de saúde mais qualificados em humanizados vai ao encontro do que o Núcleo de Humanização, Arte e Saúde acredita.

As reflexões proporcionadas pelas simulações atingem não somente os estudantes de enfermagem, mas os integrantes do NuHAS que resignificam variados contextos e sentem-se pró-ativos neste processo de utilizar a arte para humanizar a saúde.